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Justiça da Argentina autoriza extradição dos donos da Braiscompany para o Brasil

A Justiça da Argentina autorizou a extradição de Antônio Neto Ais e Fabrícia Farias, fundadores da Braiscompany, considerada uma das maiores pirâmides financeiras envolvendo criptomoedas no Brasil. A decisão foi tomada em 26 de novembro pelo Tribunal Nacional Criminal e Correcional Federal argentino. Além disso, o tribunal determinou que o período de prisão no país será descontado da pena que eles cumprirem no Brasil.

Os dois, no entanto, ainda podem recorrer. A defesa já confirmou que irá tentar reverter a decisão.

Casal fugiu após colapso da empresa

O casal deixou o Brasil no início de 2023, logo após a Braiscompany parar de pagar os rendimentos prometidos. Com isso, as denúncias aumentaram e as investigações avançaram rapidamente.
Em fevereiro daquele ano, a Justiça autorizou mandados de prisão preventiva. Ainda assim, o casal conseguiu fugir antes da operação da Polícia Federal.

Eles foram encontrados apenas em março de 2024, vivendo com os filhos em um condomínio de luxo em Escobar, na Argentina. A prisão ocorreu durante uma ação conjunta da Interpol com autoridades locais. Depois disso, ambos conseguiram o direito de aguardar o processo em prisão domiciliar.

Condenações ultrapassam 150 anos

A Justiça Federal da Paraíba condenou Antônio Neto a 88 anos e 7 meses de prisão e Fabrícia Farias a 61 anos e 11 meses. A sentença também alcançou mais oito envolvidos.
Segundo o Ministério Público Federal, a Braiscompany causou um prejuízo estimado em R$ 1,1 bilhão a cerca de 20 mil vítimas.

A empresa oferecia supostos investimentos em criptomoedas com retorno fixo, que chegava a 8% ao mês — uma taxa considerada inviável no mercado. Os clientes compravam Bitcoin e enviavam para uma carteira controlada pela empresa. Assim, o dinheiro era usado para alimentar o próprio esquema.

Processo de extradição segue em ritmo próprio

Embora a decisão pela extradição tenha sido tomada, não há prazo definido para o retorno do casal ao Brasil. Segundo o delegado Guilherme Torres, da Polícia Federal, processos de extradição na Argentina costumam levar meses.
Além disso, a defesa possui representantes tanto no Brasil quanto na Argentina e já anunciou que recorrerá.

Por enquanto, Antônio e Fabrícia permanecem em prisão domiciliar. A Justiça argentina permitiu essa medida após considerar fatores como colaboração, filhos menores e ausência de parentes capacitados para cuidar das crianças no país.

Próximos passos

Após o julgamento dos recursos, a extradição será processada e, então, o casal deverá ser transferido para o Brasil. Eles cumprirão pena pelos crimes financeiros e pelas fraudes relacionadas ao esquema da Braiscompany.

O caso segue como um dos maiores escândalos de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas no país e deve servir como referência para investigações futuras envolvendo crimes digitais e captação ilegal de recursos.

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