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Hackers Norte-Coreanos Miram Startups Cripto na Europa: Google Soa Alerta Global

O Google divulgou um novo alerta de segurança cibernética apontando que hackers norte-coreanos estão se infiltrando em startups de criptomoedas na Europa. O relatório foi publicado pelo Threat Analysis Group (TAG), divisão da empresa especializada em rastrear e neutralizar ameaças digitais com motivações políticas ou financeiras.

As operações fazem parte de uma campanha contínua promovida por agentes cibernéticos patrocinados por estados, com histórico de ataques sofisticados e altamente lucrativos. Um dos episódios mais notórios foi o roubo de mais de US$ 600 milhões da Ronin Network, usada pelo jogo Axie Infinity, em 2022. Além disso, o ataque hacker a Bybit com roubo de mais de US$ 1 bilhões que acabou levando ao mercado uma dura queda com o pânico e ataques a carteiras da rede ethereum tem sido alvos principalmente dos hackers norte-coreanos.

Agora, as atenções se voltam para startups do ecossistema Web3, onde a fragilidade estrutural e a falta de medidas robustas de segurança digital tornam essas empresas alvos fáceis e extremamente atrativos. Esses agentes não estão apenas tentando invadir sistemas — eles estão se infiltrando como trabalhadores remotos falsos, assumindo identidades convincentes para obter acesso privilegiado a projetos Web3 e ativos digitais valiosos.

Startups Cripto Europeias Estão na Mira de Hackers Estrangeiros

De acordo com Jamie Collier, especialista do Google Threat Intelligence Group (GTIG), os hackers norte-coreanos vêm desviando o foco dos Estados Unidos para a Europa, especialmente o Reino Unido. A razão principal? A crescente conscientização das empresas americanas sobre essas ameaças, que obrigou os invasores a procurar novos terrenos férteis.

Esses grupos criaram uma infraestrutura global de identidades falsas, com agentes disfarçados como desenvolvedores, engenheiros de software e até analistas de blockchain. Muitos deles se oferecem como freelancers ou buscam contratos de curto prazo com startups descentralizadas — onde o processo de onboarding é mais informal e muitas vezes automatizado.

Como Funciona a Infiltração em Startups Web3

O método é sofisticado e baseado em engenharia social. As etapas mais comuns incluem:

  • Criação de perfis falsos em plataformas como LinkedIn, Telegram, Discord e X;
  • Envio de propostas de trabalho ou parcerias — com portfólios, currículos ou links maliciosos;
  • Instalação de malwares que permitem o acesso remoto aos dispositivos das vítimas;
  • Roubo de chaves privadas, códigos-fonte e informações sensíveis sobre estratégias e finanças da empresa;
  • Ameaças de vazamento ou venda de dados confidenciais como forma de extorsão.

Segundo o Google, algumas vítimas relataram chantagens realizadas por ex-colaboradores remotos falsos, exigindo pagamentos para não divulgar dados ou não vendê-los a concorrentes.

Projetos Alvo: De Solana a IA Blockchain

O relatório também destacou que os alvos preferenciais desses infiltrados vão além dos exchanges ou carteiras. Foram identificadas tentativas de infiltração em projetos relacionados a Solana, contratos inteligentes da Anchor, marketplaces de trabalho em blockchain e até plataformas que integram inteligência artificial.

(Hacker. Fonte: Picryl)

A escolha desses alvos revela um profundo entendimento do ecossistema Web3, onde startups promissoras movimentam grandes quantias e operam sob pouca supervisão — tornando-se presas fáceis para espiões cibernéticos.

Por Que a Coreia do Norte Está Envolvida?

A motivação por trás dessas ações é econômica e estratégica. A Coreia do Norte enfrenta duras sanções internacionais e enxerga nas criptomoedas uma oportunidade para financiar suas operações militares e manter sua economia viva.

Com isso, o regime passou a patrocinar grupos hackers que:

  1. Roubam ativos digitais para convertê-los em moeda forte;
  2. Se infiltram em startups para obter tecnologias sensíveis;
  3. Atuam como “trabalhadores remotos” para receber pagamentos legítimos em cripto e repassá-los ao governo.

Vulnerabilidade das Startups Cripto

O grande problema é que boa parte das startups Web3 não possui maturidade em cibersegurança. Equipes enxutas, falta de processos de verificação, ausência de segmentação de dados e infraestrutura descentralizada criam um ambiente perfeito para ataques.

Principais fragilidades observadas foram:

  • Falta de autenticação multifator (MFA);
  • Processos de onboarding pouco rigorosos;
  • Compartilhamento irrestrito de informações técnicas;
  • Acesso administrativo concedido a terceiros sem verificação.

Recomendações para Evitar Infiltrações

Diante desse cenário, o Google e outros especialistas recomendam:

  • Verificação completa de identidade e antecedentes antes de contratar desenvolvedores ou freelancers;
  • Separação de permissões e uso de ambientes de desenvolvimento seguros;
  • Uso de carteiras frias (cold wallets) para armazenar grandes quantidades de criptoativos;
  • Monitoramento de comportamento digital com ferramentas de segurança em tempo real;
  • Treinamento da equipe para reconhecer engenharia social e phishing;
  • Auditorias regulares em sistemas e fluxos de trabalho Web3.

Startups Devem Tratar Segurança Como Pilar Estratégico

O alerta do Google reforça que a segurança cibernética não é mais uma questão técnica — é uma questão de sobrevivência para projetos Web3. Com o avanço de ataques apoiados por governos, a descentralização pode se tornar um vetor de fragilidade se não for acompanhada por boas práticas de proteção. Empresas do setor cripto precisam ir além da tecnologia e investir em Cultura organizacional de segurança, ferramentas modernas de defesa digital e gestão de riscos e planos de contingência.

A Nova Guerra Cibernética Já Começou

Enquanto a Web3 avança como a próxima grande revolução digital, o setor se encontra na linha de frente da nova guerra cibernética global. Startups que operam nesse ecossistema estão se tornando alvos prioritários de operações financiadas por regimes autoritários, como o da Coreia do Norte.

Proteger-se não é mais uma opção — é uma obrigação estratégica. O futuro das finanças descentralizadas depende diretamente da capacidade do setor em se blindar contra essas ameaças que, cada vez mais, ignoram fronteiras.

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