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Executivo de Wall Street revela o que está impedindo a adoção de criptomoedas e blockchain

A adoção das criptomoedas e da tecnologia blockchain no setor financeiro está crescendo, mas ainda enfrenta desafios significativos. Mesmo com grandes bancos, como JPMorgan, HSBC e BlackRock, movimentando bilhões em transações blockchain, a integração total com o sistema financeiro tradicional continua distante.

Mas por quê?

Segundo executivos de Wall Street, três barreiras principais estão dificultando a expansão do setor: regulação confusa, infraestrutura frágil e falta de conhecimento sobre criptoativos.

Agora, com a volta de Donald Trump à presidência dos EUA e a regulamentação europeia MiCA em vigor, o mercado financeiro está reavaliando quais mudanças são necessárias para que os ativos digitais avancem de vez.

1️⃣ Regulamentação Confusa Dificulta a Adoção

Naveen Mallela, co-diretor da Kinexys (JPMorgan), destaca que a falta de clareza regulatória é o maior obstáculo.

“A escalabilidade dos ativos digitais depende de regras mais claras, colaboração do setor e parcerias público-privadas.”

JPMorgan já processa mais de US$ 2 bilhões por dia em sua rede blockchain de pagamentos.

Caroline Butler, do BNY Mellon, reforça que a falta de infraestrutura institucional ainda limita o crescimento da criptoeconomia.

“Nos próximos 12 a 36 meses, os ativos digitais devem amadurecer e se integrar ainda mais ao ecossistema financeiro.”

BNY Mellon já custodia fundos tokenizados para grandes players, como BlackRock e o Banco Europeu de Investimentos.

Jean-Marc Stenger, CEO da Societe Generale-FORGE, vê um cenário otimista com a regulamentação MiCA da União Europeia, implementada no final de 2024.

“O suporte político nos EUA e um arcabouço regulatório europeu mais sólido devem impulsionar o mercado.”

Citi, HSBC e UBS também estão avançando em tokenização de depósitos e pagamentos via blockchain, mas todos destacam que falta clareza regulatória para expandirem suas operações.

2️⃣ Blockchain Pública x Privada: O Que as Instituições Preferem?

Robert Mitchnick, da BlackRock, afirma que blockchains públicas vêm superando as privadas em termos de adoção e volume de transações.

A BlackRock gere dois ETFs de criptoativos e o fundo tokenizado BUIDL, que já movimenta mais de US$ 1 bilhão na blockchain Ethereum.

Mas John Whelan, do Santander, alerta que o setor financeiro precisa de aprovação regulatória para operar em blockchains públicas.

“A verdadeira inovação está nas blockchains públicas, mas as instituições precisam de permissão para acessá-las.”

Julian Sawyer, CEO da Zodia Custody, lembra que a conformidade regulatória é um problema.

“Os bancos não podem entrar no setor cripto até garantirem que suas operações seguem todas as exigências legais.”

Para Jorgen Ouaknine, do Euroclear, a padronização da tecnologia é o caminho para a adoção em massa.

“A história mostra que toda grande inovação só escala quando padrões são adotados pela indústria.”

3️⃣ Educação e Colaboração: Os Últimos Desafios

Mike O’Reilly, presidente da Fidelity Digital Assets, aponta que a falta de conhecimento sobre criptomoedas ainda trava a adoção.

“O fator educacional é um dos maiores desafios para o crescimento dos ativos digitais.”

A Fidelity já oferece serviços de custódia e trading para Bitcoin, Ethereum e Litecoin.

Jez Mohideen, CEO da Laser Digital, diz que muitas instituições ainda confundem cripto, Web3 e tokenização.

“Com educação direcionada e uma visão clara dos benefícios da blockchain, o setor pode avançar mais rápido.”

Nadine Chakar, do DTCC, defende que o setor precisa parar de trabalhar isoladamente.

“Para o blockchain decolar nas finanças, precisamos de colaboração em larga escala, não experimentos isolados.”

O DTCC adquiriu a startup Securrency e já lançou uma sandbox para tokenização de ativos financeiros.

Sandy Kaul, da Franklin Templeton, destaca que a recente mudança de postura dos reguladores nos EUA deve acelerar a adoção das blockchains públicas.

Laurence Arnold, da AXA IM, acredita que a solução definitiva será o desenvolvimento de moedas digitais que funcionem como o dinheiro tradicional.

“Essas moedas podem ser públicas ou privadas, mas precisam manter as características essenciais do dinheiro fiduciário.”

O Futuro: Adoção em Massa Está Próxima?

Apesar dos desafios, o mercado cripto nunca esteve tão perto da integração com o sistema financeiro global. Com regulações mais claras, infraestrutura robusta e maior colaboração entre empresas e governos, o blockchain pode, enfim, sair das margens e se tornar o centro das finanças mundiais.

A pergunta que fica é: quem liderará essa revolução digital?

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