Nas últimas semanas, o ecossistema das finanças descentralizadas (DeFi) tem vivido um novo capítulo da batalha entre blockchains. Após meses de crescimento acelerado da Solana e seus protocolos emergentes, a Ethereum volta a liderar com folga o volume transacionado em exchanges descentralizadas (DEXs), segundo dados mais recentes da DeFiLlama e outros agregadores on-chain.
Esse movimento reacende debates antigos sobre escalabilidade, segurança, descentralização e inovação, em um mercado que, mesmo em meio à volatilidade, continua amadurecendo e testando os limites da infraestrutura blockchain.
O ressurgimento de um gigante
Durante o início de 2024, a Solana chegou a registrar semanas em que superava a Ethereum em volume de transações em DEXs como Jupiter, Orca e Raydium, aproveitando o crescimento das memecoins no ecossistema e a explosão de atividade de usuários e desenvolvedores. A rede se destacou especialmente pela rapidez e baixíssimos custos de transação, além da experiência de usuário simplificada.

(Principais blockchains por volumes de negociação DEX. (DefiLlama))
No entanto, ao entrar em abril de 2025, a Ethereum voltou a superar Solana, registrando um volume diário médio acima de US$ 2 bilhões em DEXs como Uniswap, Curve, Balancer e SushiSwap. Enquanto isso, Solana viu seu volume médio cair para algo entre US$ 700 milhões e US$ 1,1 bilhão.
Layer 2s impulsionam Ethereum
Um dos principais fatores por trás desse ressurgimento é o fortalecimento das soluções de escalabilidade de segunda camada (Layer 2), como Arbitrum, Optimism, Base e zkSync. Essas redes oferecem taxas extremamente baixas e alta performance, sem abrir mão da segurança da mainnet Ethereum. Isso permitiu que a Ethereum alcançasse um equilíbrio raro: manter a confiança de usuários institucionais e ao mesmo tempo oferecer uma experiência mais acessível ao usuário final.
Solana ainda é relevante, mas sofre fuga de capital
Apesar da queda, Solana continua relevante, principalmente no nicho de UX rápida e barata, com foco em NFTs, jogos e cultura web. O problema é que o capital mais robusto do mercado — como grandes trades, liquidez institucional e projetos de longo prazo — vem preferindo a segurança e a profundidade de mercado da Ethereum.
A visão dos especialistas
Vários analistas on-chain acreditam que Ethereum está consolidando seu papel como a camada base da economia Web3, enquanto outras redes como Solana, Avalanche e Sui atuam como “laboratórios” de inovação.
“Solana ganhou muito espaço com os memecoins, mas Ethereum nunca deixou de ser a rede de base para tudo que envolve segurança, contratos complexos e governança séria. E com as L2, o jogo muda totalmente”, afirma Lucas Marini, analista cripto da empresa InfoChain.
O que esperar daqui pra frente?
O ciclo atual do mercado está apenas começando, e muitos especialistas apontam que o crescimento do setor DeFi em 2025 será ainda mais acelerado. Com isso, a disputa entre Ethereum e Solana deve continuar, mas cada uma consolidando seu espaço:
- Ethereum: infraestrutura robusta, institucional, segura e modular (graças às L2).
- Solana: ecossistema ágil, barato, voltado à inovação e à experiência do usuário.
A tendência é que o futuro seja menos sobre “qual blockchain é melhor” e mais sobre qual blockchain é mais adequada para cada tipo de uso. E, nesse sentido, Ethereum segue liderando o ecossistema DeFi – com ou sem hype.
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