A mineração de Bitcoin, historicamente criticada por seu alto consumo de energia e impacto ambiental, começa a reescrever sua narrativa. De acordo com um relatório detalhado divulgado pelo Cambridge Centre for Alternative Finance (CCAF), 52,4% da energia utilizada para minerar Bitcoin já é proveniente de fontes sustentáveis. Esse número marca um ponto de inflexão crucial no debate sobre o papel ambiental das criptomoedas e levanta novas perspectivas para o futuro do Bitcoin como um ativo mais alinhado com os princípios da sustentabilidade global.
O Que o Relatório de Cambridge Revela?
O CCAF, vinculado à Universidade de Cambridge, é uma das instituições mais respeitadas no mundo em pesquisas sobre criptoeconomia. O estudo intitulado “Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index” (CBECI) investigou a origem da energia usada na mineração de Bitcoin ao redor do mundo, mapeando práticas, fontes e tendências do setor.
Os principais dados foram que, mais da metade da energia da rede Bitcoin agora é renovável, principalmente por meio de fontes como energia hidrelétrica, solar, eólica e, em menor escala, geotérmica. O estudo mostra também que, mineradores estão migrando suas operações para locais com excedente de energia limpa e custos reduzidos, como o Canadá, a Islândia, o Cazaquistão e algumas regiões da América Latina. E por fim, A descentralização geográfica da mineração reduziu a dependência de regiões como a China, que utilizavam majoritariamente carvão.
Essas transformações apontam para um mercado em adaptação, pressionado tanto por regulamentações quanto pela demanda de investidores por ativos mais sustentáveis.
Por Que o Bitcoin Sempre Foi Visto Como um Vilão Climático?
O Bitcoin utiliza o mecanismo de consenso Proof of Work (PoW), que exige que mineradores realizem cálculos computacionais complexos para validar transações e garantir a segurança da rede. Esse processo, intensamente competitivo, consome grandes quantidades de energia.
Em 2021, uma série de reportagens e estudos — incluindo um relatório da Universidade de Cambridge — estimaram que a rede Bitcoin consumia mais energia do que países inteiros, como Argentina ou Noruega. Isso gerou uma onda de críticas de ambientalistas, formuladores de políticas públicas e figuras proeminentes do setor financeiro, como Elon Musk, que chegou a suspender a aceitação de Bitcoin na Tesla por conta da preocupação ambiental.
O Cenário Está Mudando?
Sim — e de forma surpreendentemente rápida.
O novo relatório do CCAF mostra que o setor de mineração está respondendo às críticas. Não apenas por questões éticas, mas também porque a energia limpa é mais barata e mais estável em determinadas regiões.
Impacto para o Ecossistema Cripto e ESG
A evolução na matriz energética do Bitcoin representa uma oportunidade estratégica para o setor cripto se aproximar dos critérios ESG (Ambiental, Social e Governança). Investidores institucionais que antes evitavam o Bitcoin por questões ambientais agora começam a reconsiderar o ativo como parte de portfólios sustentáveis.
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