Em uma recente sessão de perguntas e respostas, o fundador da Cardano, Charles Hoskinson, lançou críticas duras contra o futuro do Ethereum (ETH), prevendo que a rede poderá não sobreviver mais uma década. Segundo Hoskinson, o crescimento das soluções de Camada 2 (L2) representa não uma salvação, mas sim a sentença de morte da segunda maior blockchain do mundo.
Três Erros Estruturais Críticos
Hoskinson, que esteve entre os fundadores iniciais do Ethereum antes de criar a Cardano, apontou três falhas fundamentais no design da rede:
- Modelo de contabilidade inadequado
- Máquina virtual ineficiente
- Modelo de consenso incorreto
Em sua visão, essas deficiências estruturais, somadas à proliferação de redes L2, estariam enfraquecendo o ecossistema ao invés de fortalecê-lo.
Camadas 2: Aliadas ou Parasitas?
Originalmente concebidas para escalar o Ethereum, as soluções de Camada 2, como Arbitrum e Optimism, acabaram, segundo Hoskinson, se tornando parasitárias. Elas capturam parte do tráfego que deveria permanecer na rede principal, drenando liquidez e valor.
“As L2 continuarão sugando todo o alfa. Eventualmente, os usuários migrarão, e a fragmentação corroerá a base do Ethereum,” afirmou Hoskinson.
A crítica é contundente: em vez de resolverem os problemas de escalabilidade, essas redes estariam agravando a situação, aumentando a complexidade e a fragmentação da experiência do usuário.
Comparações com Gigantes do Passado
Hoskinson comparou o futuro do Ethereum ao de empresas como Myspace e Blackberry, que, apesar do sucesso inicial, não resistiram à concorrência e à má gestão. Ele também ressaltou que Vitalik Buterin, cofundador do Ethereum, terá dificuldades crescentes para manter a comunidade unida apenas com sua liderança pessoal.
Um 2025 Desafiador para o Ethereum
O ano de 2025 tem sido difícil para o ETH. A criptomoeda registrou o pior trimestre de sua história, superando até o crash de 2018. Analistas também destacam:
- Alta nas taxas de gas
- Incerteza regulatória
- Menor interesse institucional comparado ao Bitcoin
Esses fatores se combinam com a ascensão das L2, que oferecem tokens alternativos e soluções mais baratas, desviando ainda mais a demanda do ETH.
Há esperança?
Apesar das previsões sombrias, o Ethereum não está parado. As atualizações Pectra e Fusaka, previstas para o final de 2025, prometem melhorias importantes na eficiência da rede, focando na redução de congestionamentos e taxas de transação.
Além disso, Vitalik Buterin defende uma abordagem onde a Camada 1 e as L2 coexistam de forma integrada, compartilhando responsabilidades para criar um ecossistema mais resiliente.